" ESCREVER É AMADURECER COM AS PRÓPRIAS IDEIAS!"

( Roberta Amaro )

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

SÓ SEI QUE NADA SEI


É mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha e um rico entrar no reino dos céus do que escolher a profissão certa. É como explicar física quântica para seu irmão de 3 anos ou passar duas pessoas lado a lado na roleta da lotação. A vida tem seus impossíveis, sei o que digo. Assim como muitos jovens tenho uma escolha a fazer e um vestibular pela frente.

Escolher não é fácil, aliás poucos executam sem sofrimentos. Optar pelo preto ou pelo branco, liso ou cacheado, chocolate branco ou preto, o certo ou o errado, engenharia ou medicina?... já dizia o personagem, "É broca, meu!". O interessante é que a dor de escolher faz parte de nós. E a insegurança também. Mas assim seguimos. Qual será mesmo a próxima escolha? Lembro-me de um texto de Stephen Kanitz que propõe aos jovens escolher a carreira da mesma forma como se escolhe o cônjuge. Analogia plausível, contudo a segunda escolha é bem menos dolorosa para os jovens.

Já dizia Fernando Pessoa em Apontamento: "... o que eu era um vazo vazio?... um caco..."; um caco e algumas dúvidas, é esta a sensação de quem tem que escolher, cacos perdidos e sem identidade. Cacos que apesar de terem a consciência de si mesmos, não têm a de um conjunto. Conhecemos a física e a matemática e desconhecemos a nossa obra. A única perspectiva de futuro é o dia de amanhã.

É verdade que uma fórmula mágica para escolher o certo não existe, todavia recorrer ao chamado "uni duni tê" não é nada seguro. Portanto, na dúvida é melhor não escolher e filosofar um pouco com Séneca: "Nenhum vento sopra à favor daqueles que não sabem para onde ir".

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