" ESCREVER É AMADURECER COM AS PRÓPRIAS IDEIAS!"

( Roberta Amaro )

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

ASSIM NÃO DÁ


O texto abaixo é uma crônica. Ele é de minha autoria mas a situação nela apresentada não aconteceu de verdade, foi mera ficção. É bem engraçado.


ASSIM NÃO DÁ


Enquanto minha vez não chegava na fila do algodão doce ouvi alguém gritar pelo meu nome. Podia ser a Gabi, mas ela estava na montanha russa e a voz era grossa demais e aproximava-se de mim. - Priscila, Priscila... - era o que eu ouvia.

Nem dei importância, sou insubstituível, mas meu nome não é unânime. A fila era insuportável, vários pirralhos disputando um lugar. O fato é que chegava cada vez mais perto aquela voz. Foi quando de repente avistei um "deus grego" daqueles de tirar o fôlego correndo em minha direção.

Olhei em volta e não percebi nada, era mesmo comigo, não tinha dúvida. Forte, moreno, alto, um Rodrigo Santoro para resumir. Arrisquei uns olhares. Era ele, não tinha dúvidas. O homem da minha vida correndo ao meu encontro num parque de diversões. E olha que eu nem queria ir ao parque com a Gabi. Não me importei com nada, nem como ele sabia que eu me chamava Priscila.

Naquele momento sublime senti que algo lambia meus pés. Era um cachorrinho. Contudo eu estava tão envolvida com o clima que nem me lembrei da caninofobia. E isso era até bom. Meus olhares eram só dele. Arrumei o cabelo com dedos. Ele chegava perto. Aproximando-se disse:

-Priscila, meu amor, onde estava? Procurei em todo o parque. Mais uma vez fugindo de mim. Sabe que eu não posso te perder, meu anjo!

Não entendi nada. Eu? Fugindo daquela escultura de homem? Jamais até porque o mercado está em falta, hein?

-Como assim fugindo? Deixei escapar meio desentendida.

-Vamos, Priscila.

Foi o que ele disse quando percebi com quem ele falava de verdade. Segurando nos seus braços a cachorrinha poodle que me lambia, ele falou:

-Desculpe aí moça. É que ela é muito fujona. Tchau!

-E eu uma idiota. Pensei calada.

Fique paralisada. Acho que mais parecia uma arco-íris de vergonha. Que micão! Meu nome numa cadela. Trocada por uma poodle. Francamente! Concorrência desleal. Assim não dá poxa!

Juro que ainda troco de nome.



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