Durante essa minha preparação com objetivo de adentrar numa
universidade e dar início a um curso superior, são muitas as situações e
circunstâncias que vêm se tornando motivo de observação.
A superficialidade da relação indivíduo-ofício escolhido é um exemplo.
Pessoas assumindo uma atitude totalmente diferente e aquém do esperado,
levando-se em consideração a profissão escolhida. Há uma falha e o que se
observa é ausência de integração da carreira que se pretende trilhar e a
postura pessoal do estudante perante a sociedade e o meio em que vive.
É praticamente uma frustração de expectativas, e isso tem se tornado
cada vez mais recorrente. É comum encontrar jovens universitários nada
prazerosos com suas faculdades. Em geral estão cansados, seja pela carga
horária, pelo conteúdo, pelas provas... Enfim, como se o curso se resumisse em
um fardo que agora eles devem suportar. Ainda há aqueles que estão na
contramão, com atitudes nada condizentes com a carreira que pretende trilhar.
São estudantes de psicologia que falam demasiadamente da vida das pessoas,
futuros médicos individualistas e pouco tolerantes, universitários do curso de
direito que pronunciam palavras de baixo calão ou que se expressam sem temperança.
Entre outros exemplos.
Ainda não sei se o erro está
numa idealização do ofício que geralmente ocorre antes da entrada na faculdade
ou se esse comportamento deve-se a não adaptação da pessoa com os requisitos
cobrados pela carreira escolhida. O fato é que as pessoas tem se conhecido cada
vez menos. Têm desconsiderado verdades sobre si mesmas que assumem uma
influência tremenda nas suas relações com o mundo, com as pessoas e é claro com
as suas escolhas.
O processo de conhecimento capaz de preparar para uma profissão sempre
revela uma visão de mundo, um caminho, uma conduta a ser seguida. E se o
estudante se encontra distante dessa visão, assumindo uma postura que aponta um
caminho diferente do que essa profissão requer , haverá uma grande dificuldade,
caso ele se forme, em exercer o ofício com maestria.
Ao aderir um ofício é quase impossível desvincular sua conduta pessoal
dele. É uma forte relação, capaz de lapidar o indivíduo para que ele esteja
conforme. O primeiro passo para se tornar um bom profissional reside nessa
relação. O sucesso e o fracasso estão ligados a como essa relação se sustenta.
E assumir a postura que o ofício exige é extremamente necessário, e deve
começar já no período da faculdade, antes mesmo que a formação se efetive.
A fragilidade dessa relação com a profissão é perigosa e a verdadeira
responsável pela falta de ética de muitos profissionais. E infelizmente tem
sido recorrente hoje, o que preocupa. Por isso o melhor a ser feito nesses
casos é desistir mesmo da carreira antes mesmo de iniciá-la ou de exercê-la de
forma equivocada.
Isso não pode se tornar comum. Já que o mercado não carece de um
profissional e sim daquele considerado O PROFISSIONAL.
Pense nisso!
Roberta Amaro