" ESCREVER É AMADURECER COM AS PRÓPRIAS IDEIAS!"

( Roberta Amaro )

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

ANTES E DEPOIS DELE - PARTE I





Indiferente e distante era como eu estava. Invisível, impalpável e desconhecido era o que Ele representava para mim.



Eu vivi pouco tempo cega e longe Dele. Mas quando o conheci era como se eu estivesse longe há mais de dez décadas. Creio que é assim que se sente uma pessoa quando conhece a Deus de verdade.



É imensurável o prazer que hoje tenho na minha vida por tê-Lo, não só ao meu lado, mas dentro de mim. À medida que o tempo passa sinto-me mais próxima Dele e com as experiências que vivo por causa da minha fé estou certa de estar a cada dia mais conforme a sua vontade.



Mas como já disse nem sempre foi assim.






Ninguém conhece a Deus apenas por frequentar uma igreja, ou por ler a Bíblia, nem tão pouco pela religião que professa ter.



A pessoa conhece Deus quando usa a sua mente. Em outras palavras, quando ela pensa.






E isso era de fato o que eu não possuia, a capacidade de vê-Lo racionalmente.



Eu nasci numa família tradicional e moderadamente religiosa e desde cedo não compreendia o motivo pelo qual as pessoa iam a uma igreja. Lembro-me de que os domingos pela manhã representavam apenas dias em que eu podia colocar todos os meus vestidos e roupas novas. Ir à igreja era praticamente um desfile e eu apenas uma criança na hipocrisia. Não via a hora de ir embora, entrava vazia e saía mais vazia ainda. Não entendia nada e a impressão que tinha na minha mente infantil era de que toda aquela gente saía dalí como eu, vazia, impaciente e distante.



A nossa frequência a igreja diminuiu bastante com o tempo, todavia um número suficiente para que eu pudesse notar que pouca coisa mudava. Os domingos, a sequência das reuniões ecumênicas, a minha família, as pessoas e até, é claro, os meus vestidos.



Desde garotinha eu anseava mais, gostaria de saber quem era Deus já que sempre ouvia tanto falar dele, mas de uma forma muito superficial. Não conseguia decorar e compreender todas aquelas orações prontas que as pessoas faziam e por que elas faziam. Por que orar as mesmas palavras se o que cada um queria era tão diferente?



Eu queria falar, mas não sabia como. As palavras que conhecia de nada me serviam. Que credibilidade teria uma criança de 12 anos questionando um sistema secular?



Na verdade não havia um motivo suficientemente forte para buscar o que realmente eu queria, mesmo que inconsciente. Eu estive distante, fui tola. Assim eu era antes Dele.



E quem sabe ao ler essas palavras você também se sinta assim, distante. Com ou sem motivos suficientes posso lhe dizer em apenas algumas palavras o que realmente importa:






Uma pessoa só conhece a Deus no fundo do poço, se você ainda não O conhece é porque ainda está em queda livre.






Eu cheguei ao fundo do poço.






Amanhã falarei como foi essa experiência e como consegui sair da lama...






Roberta Amaro






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