"
Sabe aquela menina gordinha? E aquela mulher loira oxigenada? A vizinha que se
separou do marido, a patricinha do 9º ano. O rapaz homossexual; a atirada do
bairro. O nerd, o CDF, o filhinho de papai, a tímida. O careta, o
crente..."
São
tantos, mas o que dizer deles? Os rótulos. Uma longa lista de impressões
superficiais que verdadeiras ou não, geralmente passam uma imagem equivocada e
distorcida das pessoas.
É muito
fácil rotular alguém e acredite que mesmo inconsciente fazemos isso de forma
constante. Pode até parecer que não somos notados, todavia a verdade é que
estamos a todo momento sendo observados, nossas atitudes, comportamentos,
feitos, ações, escolhas...
Mas frequente
do que rotular é ser rotulado. E ser rotulado certamente não é confortável.
Incomoda lidar com o julgamento de terceiros, mesmo que esse julgamentos sejam
baseados em coisas que realmente acontecem. E o que dizer então quando os
comentários falaciosos são injúrias, calúnias eu até mesmo injustiças?
Bem,
verdadeiros ou não, rótulos são rótulos. Um dedo apontado no rosto pelos erros,
escolhas, jeito de ser ou por mera perseguição. E ninguém suporta facilmente o
poder de tal julgamento.
A
verdade é que não importa se os rótulos e impressões sobre você são verdadeiros
ou não. É preciso manter a calma e a mente bem consciente, porque se não houver
uma racionalidade cairemos na arapuca, entraremos no jogo dos rotuladores.
Resultado perderemos a razão.
Em
primeiro lugar, você não precisa provar nada para ninguém, senão para você
mesmo. Será que tenho passado uma imagem equivocada? Quando nos tornamos nosso
próprio julgador certamente corrigimos os erros.
E para
terminar o mais importante, não é relevante como os outros veêm você e sim como
Deus lhe enxerga. Essa deveria ser a preocupação de todos, porque Ele sim nos
vê a todo instante, conhece-nos mais do que nós mesmos.
Quanto
a você, o que acha que Deus vê quando olha para você lá de cima? Será que o
Criador sente prazer em vê-lo, assim como és?
Certa
vez li em um livro: " VÍRGULAS SEJA AMANTE DELAS".
Bom, certamente
esse é aquele tipo de excerto que pouco se entende fora de um contexto. Foi o
que pensei, por isso resolvi colocá-lo para análise nas próximas linhas que
seguem. Caso seja realmente amante delas, lerá o texto até o fim, caso
contrário o interromperá neste ponto.
Ah! O
ponto final, não há quem possa deter as vírgulas de uma forma tão abrupta.
Sabe, quando não há raciocínio e o cérebro já não quer mais desenvolver as
ideias, o ponto final é o recurso mais utilizado. Quando não se sabe o que
dizer ele conclui aquele texto bem sucinto e meio enrolador.
Agora,
há também aquelas situações bem corriqueiras quando ouvimos este tipo de
conselho: "Põe um ponto final nessa situação", "Coloque um ponto
final nesse relacionamento". Pois bem, eu acredito realmente que em
determinadas situações o ponto final é essencial para resolver tudo. Nesses
casos ele funciona como um basta. Todavia existe outros momentos em que o ponto
final é tipificado em outras vertentes. E são nesses momentos que optar pelo
ponto pode definitivamente destruir tudo.
Quando
o ponto final lhe impede de desenvolver, quando trava as oportunidades de
arguições, uma vírgula pode mudar tudo e fazê-lo seguir enfrente escrevendo.
Não
adianta deixar tudo como está. As ideias precisam ser concluídas e os
problemas resolvidos. Simplesmente abandoná-los é desistir de você, do que
você é capaz. Hoje você os abandona, amanhã eles estarão maiores ainda e
batendo a sua porta.
Quando
o ponto final é aquela mágoa nutrida por alguém, a vírgula é o perdão brotando,
lhe oferecendo uma nova chance de recomeçar com a consciência limpa.
Quando
o ponto final significa o fim da linha, a vírgula são as oportunidades passando
e que você precisa agarrar.
O ponto
semeia o rancor, a vírgula a sensibilidade.
O ponto
é a dúvida que neutraliza, a vírgula é a fé que impulsiona.
Desde
pequena eu já desconfiava de algumas inabilidades pessoais. Por mais que eu me
esforçasse o tempo se incumbia de fazê-las ainda mais notórias. Poderia listar
algumas delas, umas até muito bem superadas, como o meu medo de cachorros. Mas
de todos os desafios que eu precisei encarar na infância lá estava a inaptidão
por esportes.
Era
terrível ter de lidar com isso, principalmente porque é na escola, mais
precisamente no primário que isso fica bem evidente. Até aí eu podia até rir de
mim mesma e me importar muito pouco. Crianças não se importam muito em errar ou
em ter de tentar de novo, mesmo com todos os olhares fixos nelas. Sempre
arrumando um jeitinho de isso parecer cômico, “bonitinho” e uma graça para os
adultos. Pena que na inocência não podemos prever o que acontecerá quando a
juventude chegar. Até porque se isso acontecesse jamais teríamos aquelas crises
de querer ser maior e bem mais velho.
Não
importam quais são as suas dificuldades pessoais ou seus problemas, isso
certamente vira uma bola de neve na adolescência. Se antes o simples fato de
você não conseguir chutar direito uma bola de futebol e se esborrachar no chão
era engraçado, isso passa a ser um terror quando você é pressionado mais tarde
a jogar futebol com os amigos de colégio. Você será “zoado” o resto dos seus
dias. (Isso soou um exagero, mas tudo bem).
– “Seu Perna-de-pau!” – esse é o mínimo de incentivo que eles vão querer
ter dar. É por isso que eu tenho uma pena de alguns menininhos por aí. Eles
definitivamente não têm culpa desse infortúnio, inábeis com a bola justo no
país do futebol, onde 98% dos garotos nascem com o sonho de se tornarem
jogadores de futebol profissional.
Minha
sincera compreensão a vocês!
Bom,
ainda bem que eu era uma garotinha com 13 anos. Pelo menos fiquei livre dessa
pressão que os garotos passam, mas como nem tudo são flores eu estava certa de
que ainda ia ter problemas. Treze anos, ‘nerd’, sem nenhuma habilidade com
esportes. Essa era eu. Você possivelmente pode imaginar como eu era né? Pois
bem, só tirem os óculos fundo de garrafa, por favor! Tirou? Aí, obrigada! Eu
nunca usei óculos! Isso era por sinal um
bom triunfo! Ponto a meu favor em parecer pelo menos um pouco normal. “Para nossa alegria...”
Se
tinha aula de educação física lá estava eu, no canto sentada. E olha que eu nem
precisava torcer para que ninguém me escolhesse pro seu time. Eu era descartada
e isso por si só já era um alívio. O pavor era quando eu me via sem
alternativas, encarando uma partida de voleibol ou queimada. Se bem que nos
jogos de queimada eu conseguia um bom rendimento – me desviava bem das bolas,
talvez pelo corpo franzino - Não sei se era um ponto ao meu favor, levando-se
em consideração que eu era a última do time em quadra, sem muito jeito de
queimar alguém do outro time. Alguma hora o cansaço seria maior do que minha
capacidade de se desviar das investidas do time adversário. Perdia meu time.
Fazer o quê, né.
Alguns
amigos eram compreensíveis e até camaradas, contudo não havia nada do que eles
pudessem fazer para que eu me sentisse melhor. Aliás, o melhor para mim era
quase sempre encarar aulas de álgebra, contas e mais contas, regras e mais
regras de português com todos aqueles tempos verbais, que ninguém esquece. Pois
é, se você me perguntasse o que eu mais gostava de fazer eu diria:
estudar. E isso não mudou muito, eu
confesso. Todavia tem uma porção de coisas que mudaram desde essa época, e hoje
posso contar algumas delas aqui. Ainda bem que eu mudei. Não há mais notícias
daquela menina franzina, sem sal, nerd e pouco sociável de outrora. Mas não é
sobre minha mudança pessoal que quero falar e sim daquela inaptidão por
esportes.
No
início de 2009 isso mudou, e eu encontrei a oportunidade de resolver esse
problema que já considerava sem solução. Meu pai resolveu colocar em prática uma ideia
que ele já tinha em mente há algum tempo. Ele decidiu que formaria um time de
vôlei e minha irmã foi a primeira a se empolgar com a ideia, claro. Também, foi
exatamente na escola dela que o time começou a se formar. Eu não tinha como
deixar essa oportunidade passar foi a segunda coisa que pensei, porque a
primeira foi “você nunca levou jeito, agora não vai ser diferente”. Ainda bem
que fiquei com o segundo pensamento. Eu duvido que haveria outra chance como
aquela de encarar uma bola e me ajeitar com algum esporte. Resolvi fazer parte
do time que a essa altura já tinha nome, patrocínio e uniformes. MINAS 7, um
nome sugestivo, e lá fomos nós.
O
que posso dizer dos nossos treinos de sábado à tarde? Superação todos os dias,
vencendo a cada semana dificuldades tremendas e algumas inimagináveis para um
time de vôlei. Um mês para dar três toques pra valer e dois para ensaiar e
executar simples jogadas. Nosso time
parecia rodoviária, cada sábado um novo integrante. Mas no final das contas
poucos permaneceram. Os melhores? Talvez. Permaneceram sim, os mais fortes,
aqueles que estiveram desde o início com um propósito firme, como o meu: o de
superar as dificuldades. Para quem antes não sabia nem segurar uma bola no ar,
agora eu conhecia todas as regras de vôlei.
Uma
experiência incrível, um exemplo sublime e ao mesmo tempo supremo do meu pai.
Ele acreditou em mim e em garotas que aparentemente não tinham nada a oferecer
para um esporte. E porque ele acreditou nós decidimos dar o melhor que tínhamos.
Fizemos no início do inverno daquele mesmo ano um jogo amistoso contra outra
escola do município, e não deu outro resultado. Consagramos-nos com a vitória,
uma conquista de muito suor e de cara limpa. Ganhamos troféus, medalhas e o
mais importante a certeza de que disciplina e fé são elementos essenciais para
quem quer abraçar uma grande conquista.
Depois
disso o vôlei durou pouco, não por falta de vontade mais por questões profissionais
na vida do meu pai, que precisou viajar a trabalho e ficar todas as semanas
fora. Não houve quem abraçasse o time na tentativa de mantê-lo e tivemos que
parar com os treinos. Muitas garotas se formaram, outras mudaram de escola,
cada um tomou o seu rumo e nossa história parou ali. Todavia nunca se tornará esquecida.
Hoje
escrevendo sobre isso, posso dizer que talvez não esteja longe a volta do MINAS
7. O meu pai está de volta, tentando achar disponibilidade para dar seguimento
a esse projeto. Pode ser que em breve nossa escola de voleibol alimente novas
esperanças, trazendo o esporte para vida de muitos que até já se resignaram a condição
de sedentários inábeis. Eu torço sinceramente
para que isso aconteça.
O
MINAS 7 mudou a minha vida. Pode ser que eu nunca mais jogue uma partida de
vôlei pra valer, disputando campeonatos e tudo mais. Mas eu tenho certeza de
que nunca mais me sentirei excluída, e caso alguém me convide para uma partida,
dessas bem corriqueiras de fim de semana, na praia, no sítio, seja lá qual for
o lugar, eu serei a primeira a topar.
Há
chances de se tornar hábil no que quer que seja.
Quem
determina a mudança somos nós.
O
som da nossa vitória daquele mês de julho foi a canção: Dias melhores do Jota
Quest.
Desconfio
que não haja melhor canção para esboçar a história do nosso time. Se você
conhece a letra vai entender bem porque eu falo isso...
Você é
capaz de se lembrar do que aconteceu na última vez que seguiu as ordens do seu
coração?
O coração
quase sempre se engana, ele quer se satisfazer com o que é fácil e
instantâneo. As pessoas demasiadamente emotivas tendem a usá-lo constantemente.
O coração segue aquilo que os olhos veem, e não aceita o que a mente raciocina.
Alguém
que vive segundo as regras do coração costuma ser alguém inseguro, vazio e
dependente do que acontece ao redor. Esse é preço que as pessoas pagam por
não sujeitar esse coração ao domínio da mente. Da razão.
Tanto a
emoção quanto a razão só se alimentam daquilo que as fazem crescer. As suas
escolhas e os resultados que você alcança revelam qual delas você tem
alimentado.
Tarefa de
todos os dias: CORAÇÃO SUJEITO À MENTE, E NÃO A ELE PRÓPRIO.
Uma das
tarefas mais difíceis para uma mulher é lidar com toda a carga emocional. Não é
fácil, tem dias que até mesmo eu não me agüento. Nós geralmente travamos essa
luta todos os dias. E isso às vezes nos desgasta, a tal ponto de ficarmos
exaustas.
Tudo bem,
não podemos fugir disso, mas também não precisamos ficar resignadas a esse tipo de situação. Até por que quanto mais emotiva ficamos, menos
desempenhamos nossa capacidade de pensar. E o resultado é sempre aquele choro,
ou aquelas constantes reclamações de sempre. Por isso eu tenho uma tarefa
pessoal todos os dias: não alimentar emoções, medos ou quaisquer ilusões. Nada
tão impossível como imaginava, tem dado muito certo.
Ter uma visão mais
analítica e racional contribui até para aliviar a TPM.Ao se
levantar da cama, todos os dias, você terá de alimentar duas feras que tem
dentro da mente. A emoção e razão. Vence aquela que você der mais comida.
Outro dia,
li numa atualização de perfil uma frase que dizia assim: “A vida é simples é só
parar de pensar e começar a sentir, tudo flui...”. Quem escreveu foi uma amiga
minha, mas isso não torna minha opinião diferente. Eu acho que essa foi a frase
mais irracional que já ouvi. Ela revela o espírito de quem alimenta todos os
dias a emoção. Ela serve para mostrar como uma pessoa que segue o coração
espera que as coisas aconteçam. Quem vive segundo o que sente, da forma como
fluem os fatos, certamente não obtém muitos êxitos na vida. Sabe por quê? É bem
simples, e a própria frase já disse; porque param de pensar.Eu
escreveria essa frase assim: A vida é simples, todavia é só parar de pensar e
começar a sentir para tudo se complicar, para tudo dar errado...
Antes que
haja qualquer equívoco, eu não estou dizendo que as pessoas precisam ser frias,
ou insensíveis. Todo mundo sente, e precisa lidar com sentimentos; o que quero
dizer é que a única forma correta de lidar com essas coisas é pensando. Só
assim a pessoa torna-se capaz de eliminar o que de fato a machuca e alimentar o
que a faz ser feliz.
Olá, agora todas as segundas-feiras estarei aqui nesse espaço postando vídeos, entrevistas, dicas e textos interessantes sobre carreira profissional, vestibular e estudos. Não perca! Roberta Amaro