" ESCREVER É AMADURECER COM AS PRÓPRIAS IDEIAS!"

( Roberta Amaro )

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O DEDO NA FERIDA


É o que faz o governo todos os dias quando tributa igualmente os desiguais. Assim atua a carga tributária brasileira, como um dedo na ferida aberta e profunda.
Complexa, pesada, pouco transparente e injusta. São as características que fazem a estrutura tributária brasileira ser uma das piores e maiores do mundo.
A população sabe que é tributada ao adquirir bens e serviços, mas desconhece a proporção de tais impostos nos preços finais. E não pense que o governo omite por falhas no sistema, a omissão aqui é estratégia política. O desconhecimento da população é fruto de um sistema tão embaralhado e complexo que fica impossível saber o quanto se paga.
Os que tentam adivinhar as taxas até são camaradas com o governo. Ledo engano! O gargalo é bem maior e mais forte do que imaginam. Uma oneração daquelas e a população continua ignorante quanto ao tamanho do estado que a governa. Além dos impostos diretos e conhecidos como ICMS, IPI e companhia limitada, o consumidor ainda tem que arcar com outras taxas que acabam sendo repassadas a ele em maior ou menor grau.
A bola de neve que rola e que a cada dia se torna maior no bolso do consumidor. Principalmente os da classe média, ou seja, metade da população do país. A carga pesa sobre o setor produtivo, que acaba gastando uma fortuna pagando impostos. O resultado? Aumento dos preços e abaixamento dos salários.
A solução parece caminhar para a tão sonhada reforma tributária. Entra governo e sai governo e ela parece ter virado uma "lorota" nos discursos políticos administrativos, relutando para não sair do papel.
Um sistema tributário mais transparente e coeso, faria do consumidor e contribuinte um fiscal sobre as arrecadações e suas finalidades. Todavia, parece que o ideal para o povo não é o mesmo para os políticos de colarinho branco. Saber a finalidade do dinheiro parece amedrontar muita gente lá em Brasília.
Aqui a lógica patrão - empregado se inverte. O povo, patrão, banca as estruturas governamentais com os altos impostos. Já os representantes políticos, portanto, empregados, se esbaldam do dinheiro público e fingem que trabalham. Mas como em todos os casos, a culpa é do patrão que comanda seus subordinados com rédeas soltas.
Enquanto a reforma não sai do papel e continua descansando, acho que está na hora de quem paga exigir o devido retorno.
Um país onde de cada R$100,00 de arrecadações, apenas R$8,00 são aplicados em infra-estrutura, saúde, educação..., só pode estar em uma única situação: DE FALÊNCIA, não o governo, mas a população que se contenta com um retorno menor que 10%.
Para aonde vai os R$92,00? Bem, acho que nós sabemos bem o destino.
Até quando essa ferida ficará aberta?
Quando deixarão de usurpar nosso direito de retorno?
Pense nisso!

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