" ESCREVER É AMADURECER COM AS PRÓPRIAS IDEIAS!"

( Roberta Amaro )

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

ELE PREFERE O INFERNO


Vou lhes dizer algo sobre mim, geralmente não me espanto e me escandalizo com a maioria dos comentários que ouço diariamente. Acredito que hoje aquele receio de outrora, presente naquela famosa expressão : " eu não esperava isso dele(a)", já não existe mais. 
Agora espera-se tudo.

Quase sempre o que causa espanto não são as palavras proferidas e sim a falta de raciocínios delas. 

Perde-se por não se calar; perde-se por não raciocinar.

Dia desses assistindo a uma aula de literatura o professor disse saber qual seria o destino da sua alma, num comentário eu diria infeliz.

" Possivelmente irei para o inferno, mas em acordo com o Diabo já solicitei área vip  e camarote open bar."
É claro que para grande maioria das pessoas que assistiam também àquela aula, um comentário desses soou mais cômico do que infortunoso, até mesmo por se tratar da pessoa que o disse. Mas eu não encontrei motivos suficientemente plausíveis para entoar a gargalhada coletiva.

Sem demagogias sempre estive bem certa das escolhas que faço, de todas as ideias, pensamentos e principalmente sobre tudo que acredito. Se as pessoas concordam ou não, isso não importa, pois é algo que se diz respeito a elas mesmas. Todavia enxergar o engano na vida de muitos e mesmo assim se calar é de uma hipocrisia mortal.

A maior parte das escolhas tem caráter individual, e optar pelo destino da alma é a principal de todas elas. É algo que a própria pessoa acaba escolhendo, de um jeito ou de outro. O Bem e o Mal existem desde de sempre, não são relativos ou uma mera questão de ponto de vista. Eles não coexistem. Acreditando ou não, toda alma sabe o que lhe espera. Cada um possui a eternidade dentro de si e junto a isso o direito de escolher o que fazer dela.

Ninguém deseja o inferno, mas a grande maioria das pessoas não está totalmente disposta a se ver livre dele. Preferem se enganar, acreditando que ele não existe. Ou então acabam fazendo como esse professor, num ledo engano creem que o inferno pode ser prazeroso só porque eles querem. 

Eu não me arriscaria tanto para saber o que já está bem claro. Creio que você também não.

Pense nisso! Roberta Amaro

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

APERTANDO A TECLA SAP







A pergunta é sempre aquela, bem clássica:
“Você já está namorando?”
Pelo que parece já perdi as contas de quantas vezes precisei responder. Tudo bem que na falta de assunto, perguntas triviais tornam-se suficientes para iniciar uma conversa ou até mesmo para saber um pouco sobre o outro. Mas é que tem hora que cansa. Ouvir a mesma ladainha de sempre, principalmente quando essas perguntas são mais do que simples questionamentos. Há momentos que é pura pressão, opressão, tentativa de constrangimento ou como você queira classificar.
Parece até uma via de regras. Com o tempo é só acrescentar umas velinhas ao bolo de aniversário para a lista de pressões se apresentar. Você tem que passar no vestibular, ser bom exemplo de filho, estudar, comer alguns livros (se possível for), namorar (só que primeiro tem que achar alguém), adquirir sua CNH, entrar para universidade e ainda arrumar um jeito de somar naquela sua mesada conseguindo um bom estágio. Ufa! Viu quanta coisa? Um recheio bem generoso para aqueles interrogatórios vestidos de boa intenção.
“Já fez isso?” “Arrumou aquilo?” “Estudou o suficiente?” “Já passou?” “Quando é que sai o resultado?”
Espere mais alguns anos e acrescente a essa lista:
“Já está trabalhando?” “Quando será o casamento?” “E os filhos, para quando é?”.
Numa perspectiva não muito entusiasmante esteja certo de que não tem como se livrar cem por cento de todas as pressões do meio. Contudo se desesperar está longe de ser o caminho mais seguro.
E se você não pode se livrar delas, as perguntinhas opressoras, tente reagir da mesma forma. Com pressão e uma boa dose de humor, daqueles bem sarcásticos. O importante é levar numa boa e é claro, deixar a raiva distante.
Por exemplo, no meu caso acionar a tecla SAP tem funcionado. Adotei a sigla de brincadeirinha e dei a ela um novo significado. No sufoco é só pensar nela, o que já me descontrai na hora.
“Já está namorando?”
Esta pode ser uma possível resposta:
“A procura de alguém que presta, se encontrar me fala!”
Meu status:
SAP (Suportando a pressão)



Roberta Amaro

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O QUE SÓ O MAX SABE



“Eu queria saber o que só o Max sabe para ser feliz...”



Pode parecer ridículo para você. Posso parecer ridícula para todos. Principalmente se eu dissesse que Max é um cachorro.
Mas quem foi que disse que eu sou ridícula? E quem pensou que um dia eu não poderia ser?
Ele é feliz. Foi o que eu constatei e observo todos os dias. Ele é feliz, mas não porque descobriu que poderia ser ou porque alcançou a felicidade. Max é feliz porque decidiu ser. Sim, mais uma vez um dos meus cachorros foi capaz de fazer o que eu tenho deixado de lado. Enquanto o Lupy me mostra o que é focar um objetivo e com motivação zelar por ele, o Max mostra como decidir ser feliz com tão pouco. E aqui estou eu me expressando novamente, talvez de maneira equivocada. Ser feliz com o pouco. Deixa-me explicar. O pouco a que me refiro é o necessário. E sabe qual é o nosso problema? Não se contentar com o necessário.
Nisso Max e todos os demais animais saem lucrando. Eles não conhecem o supérfluo, por isso não são escravos dele. E conseqüentemente tem o poder de decidir por ela, a tão sonhada felicidade, de uma maneira menos complicada, mais simples e por que não a mais singela.
Qual seria seu maior desejo numa tarde ensolarada? Ver o pôr do sol, ou respirar bem fundo agradecendo por estar vivo? Que nada! Arrisco-me a dizer que um clube, talvez uma piscina, uma praia, uma festa, poderiam estar na sua lista de opções. Creio que não errei ao me arriscar nesses palpites, só não sei se isso de fato seria decidir pela felicidade.
Sabe o que Max faria? Ele correria pelo gramado, daria milhares de voltas em torno do pé de acerola, comeria algumas delas maduras que estivessem ao chão e ainda se arriscaria a correr atrás de alguns sabiás e bem- te- vis. Tudo isso porque ele decidiu ser feliz. Não importa se o passarinho pode voar e ele não. Max sempre acredita que um dia poderá capturá-lo, numa daquelas aventuras boa pra cachorro. E mesmo se um dia isso acontecesse essa aventura nunca perderia o seu brio e o seu sentido porque ele na verdade se diverte bastante com o desafio de capturar os passarinhos. No fundo eu acho até que às vezes eles são bem amigos. O Max corre e o passarinho se diverte também com vôos rasantes e com dribles de deixar qualquer piloto da esquadrilha da fumaça boquiaberto. E assim Max gasta todas as suas energias em busca de ser feliz, e ainda sem saber acaba fazendo os passarinhos também.
Ser feliz é fazer o que é certo, sublime. É apenas uma decisão, uma forma de se libertar do jugo do que aparentemente te preenche. É saber o que só o Max sabe... Mesmo se isso for ridículo ou não.

Pense nisso!
Roberta Amaro